História do Município
O Governo do Estado do Rio Grande do Sul, por contrato celebrado com a firma Dahne, Conceição & Cia., autorizou-a a medir, demarcar e colonizar por venda as terras devolutas de sua propriedade, situadas entre os rios Uruguai e seus afluentes Santa Rosa e Palmeira, num total aproximado de 7.000 (sete mil) lotes, com área média de 250.000m2 (duzentos e cinqüenta mil metros quadrados) cada um. A área ocupada pelo atual Município de Horizontina, cujo nome primitivo era Belo Horizonte, fazia parte das Missões Jesuíticas. O loteamento do perímetro onde assenta a cidade de Horizontina, teve seu marco primordial implantado no dia 18 de setembro de 1927, pelo engenheiro alemão Frederico Jorge Logemann. A primeira casa de alvenaria construída pela Firma Dahne Conceição & Cia. Serviu como escritório da colonização. Corria o ano de 1928 quando aportaram nas terras do atual Município de Horizontina os primeiros desbravadores daquelas paragens que antes eram habitadas por índios e posseiros, as famílias de Pedro Antônio Vargas, Trajano Vargas, os Vargas Witcel, Osório Antunes de Almeida e outros.
Foram verdadeiros heróis, autênticos bandeirantes aqueles destemidos colonos que enfrentaram os segredos de uma terra onde tudo era selvagem, tudo era perigo. As famílias Henrique Glaudy, Rodolfo Irber, Lebrech Anders, Fernando Garbrecht, Böhn, Edmundo Zeibel, Leopoldo Derlam, Valdemar Christmann, Blondino Günther, Carlos Becker, Otto Gerhardt, Andreas Gusse, Reinoldo Feix, Bertoldo Ullmann, Reinaldo Röhsler, Arno Lenz, Alfredo Scherer, Artur Weiss, Edmundo Dessbessel, Reinoldo Glier, Alberto Glafke, Adolfo Hirt, Artur Albrecht, João Garbrecht, Henrique Garbrecht, Cristiano Gerhardt, Guilherme Brunk, Balduíno Gerhardt, Guilherme Garbrecht, Dr. Guga Hotton, decorrido pouco tempo este último veio a falecer e, outras se embrenharam pelos sertões do atual Município de Horizontina. Com o auxílio da Cia. Colonizadora, levantou-se a primeira escola, feita de tábuas e coberta com tabuinhas, sendo a primeira professora a senhora Dora Ferreira Gomes, em seguida os senhores Emílio Wendpap e Arno Ecke. A população aumentava e novos colonos surgiam e vinham trabalhar para o progresso da cidade. Apareciam novas construções, salões de baile, casas comerciais, hospitais, tudo para o maior conforto e auxílio da população.
Em 1929 nasceu a primeira sociedade, denominada "Sociedade de Bolão Concórdia", a qual promovia concursos e passeatas. Em pouco tempo, todos os recantos e estradas tinham a sua escola e capelinha. Com a formação da Vila e com sua vida econômica mais folgada, vieram para Horizontina profissionais dos mais diversos ofícios. Um dos primeiros casamentos realizados na nova colônia de Belo Horizonte foi do Sr. Helmuth Martens com a Sr.ª Alzira Diehl, no ano de 1931. Ferreiros, marceneiros e entre estes, o Sr. Adolfo Pohl, que por volta de 1935 importou da Alemanha uma máquina conjugada de serrafita, serra circular, tupia e furadeira, que melhorou significativamente os seus trabalhos. A primeira serraria montada em Horizontina foi do Sr. Rodolfo Irber e o Sr. Henrique Glaudy foi dono da primeira "venda" da nova colônia e o Sr. Henrique Garbrecht construiu o primeiro salão.
Por Decreto Municipal de Santa Rosa, datado em outubro de 1937, foi levado à categoria de Distrito com o nome de Vila Horizonte e a sua instalação verificou-se a 1º de janeiro de 1938, sendo seu primeiro subprefeito o Sr. Francisco Borges. A Segunda Guerra Mundial também trouxe profundos reflexos a Horizontina como a qualquer comunidade de então.
Por volta de 1942 apareceram os primeiros automóveis. Em 19 de julho de 1953 foi escolhida a Comissão Pró-emancipação, assim constituída: Presidente - Dr. Jorge Logemann; Vice-Presidente - Osmar Winter; Secretário - Arno Ecke; 2º Secretário - Arno Quinot; 1º Tesoureiro - Alberto Lückemeyer; 2º Tesoureiro - Alfonso A. Luckemeyer. Em 12 de setembro de 1953, é constituída a Comissão Definitiva Pró-emancipação: Presidente de Honra - Dr. Henrique do Souza Gomes; Presidente - Dr. Jorge Logemann; 1º Vice-Presidente - Osmar Winter; 2º Vice-Presidente - Dr. Walter Simm; 1º Secretário - Arno Ecke; 2º Secretário - Arno Quinot; 1º Tesoureiro - Alberto Lückemeyer; 2º Tesoureiro - Alfonso A. Luckemeyer. Em 20 de outubro de 1953, o Presidente da Comissão entrega o Processo de Emancipação ao Presidente da Assembléia Legislativa, Deputado Nestor Pereira. A consulta plebiscitária que autorizou a criação do Município de Horizontina, realizou-se a 20 de dezembro de 1953.
A Lei que criou o Município tem o n.º 2.556, de 18 de dezembro de 1954, assinada pelo então Governador do Estado, General Ernesto Dornelles, verificando-se a sua instalação em 28 de fevereiro de 1955. Horizontina voltou a prosperar como Município autônomo sob a administração de seu primeiro Prefeito, Dr. Jorge Antônio Dahne Logemann; Vice-Prefeito, Pedro Paulo Barriles e Presidente da Câmara de Vereadores, Alexandre Koschwitz.
A receita, no primeiro ano administrativo, foi de CR$ 1.292.020,50. Em 1º de outubro de 1957, no Grêmio Esportivo e Cultural, foi oferecido um banquete aos Senhores Kurth Schroenkh, Conselheiro Superior do Ministério da Agricultura da República Federal da Alemanha e Halmuth O. E. Wachter, Secretário da Embaixada Alemã no Rio de Janeiro, quando foram agraciados com os títulos de Cidadãos Honorários de Horizontina, pelos serviços prestados a este Município. Em 23 de fevereiro de 1958, Horizontina recepcionou o Vice-Presidente da República, Sr. João Goulart que veio à convite da Associação Agropecuária dos lavradores da Zona da Faixa de Fronteira, com sede nesta cidade, para assistir uma reunião.
Em 13 de maio de 1962 foi fundada a Rádio Vera Cruz. Em 20 de agosto de 1965, Horizontina viveu um dia diferente, um dia nunca antes ocorrido em nossa "Comuna", um dia de neve. A Fundação Alemã para Países em Desenvolvimento promoveu entre 22 de novembro a 21 de dezembro de 1966 um Seminário sobre Administração Pública, especificamente sobre o tema "Auto-Administração Comunal", para 20 Prefeitos Gaúchos e um Catarinense que dominavam o idioma de "Goethe" e, entre estes, estava o Prefeito de Horizontina, Senhor Alfonso Alfredo Lückemeyer. Em dezembro de 1974, começou a circular o jornal "A Integração" em nosso Município.
A área do Município, quando foi criado era de 672Km2, reduzindo-se, posteriormente, com a criação do Município de Tucunduva, ao qual cedeu o Distrito de Pratos. Neste ano, reduziu-se mais com a criação do Município de Dr. Maurício Cardoso, cedendo aos mesmo os Distritos de Dr. Maurício Cardoso, Pitanga e Pranchada, restando uma área de 224Km2.
Horizontina é o 46º Município do Estado e um dos Municípios que tem o maior índice de desenvolvimento da Região Noroeste do Estado. Com muita honra, o nome deste Município é nacional e internacionalmente propaganda, pelas tradicionais placas SLC, primeira Indústria Nacional de Colheitadeiras Automotrizes. As Indústrias SLC, e outras de máquinas e implementos agrícolas locais, conferiram ao Município a antonomásia de Berço Nacional das Colheitadeiras e Automotrizes.Posteriormente a SLC passou a denominar-se SLC John Deere e atualmente com todo patrimônio é denominada John Deere Brasil Ltda.